Atrás da jaula!

“ JAULA PARA QUEM PRECISA!”

por paulo maia

[EXPAND saiba mais]

     Você já se deparou com uma criança desenhando um leão ou pintando o desenho de um deles? Já viu este pequeno ser que está começando a pensar a vida, colorindo com cuidado extremo e grande maestria as listas milimétricas da sorridente zebra? Já observou um grupo de crianças olhando em um zoológico como é grande o elefante, alta a girafa, desajeitado o hipopótamo e muito branco o urso polar?! Já! Tenho certeza que você já participou, sim, de uma destas cenas, senão de todas! E o que é pior, sem se dar conta!

      Sem perceber o grave erro, pais e educadores acabam por estimular seus alunos e filhos a conhecerem e aprenderem sobre a fauna e a flora alheia. Nesta fase da vida, com informações equivocadas, estas crianças acabam se tornando jovens que, em um futuro que bate à sua porta, saberão muito pouco ou quase nada sobre o ecossistema de seu país. Jovens que na fase de seus questionamentos mais cruciais para a formação de suas personalidades não farão pequenas perguntas, porém significativas e de enorme relevância: por que temos que manter enjaulados, na grande maioria das vezes de forma precária, para não afirmar cruel, e  submeter animais que não pertencem ao nosso ecossistema à dor e ao isolamento? Por que temos que tornar prisioneiros seres vivos de outros biomas, de países distantes,  e tratá-los, na maioria das vezes, de forma  desumana?

Confesso que por mais que pesquise, a única resposta concreta que encontro é a da exposição sem propósito consistente e a um custo muito alto. É caro, tanto para o animal, pela sua dor e angústia por estar confinado, como também para quem o mantém em cárcere, seja ele o poder público ou privado!

Bichos nascidos para correrem pelas savanas africanas, derraparem em geleiras árticas, cruzarem oceanos ou rasgarem os céus são aprisionados em terríveis celas para servirem de atração para um público que o estressa e, seguramente, os  vê como nada mais nada menos que  um objeto de decoração! Simplesmente um objeto que deva ficar exposto, com dia e hora marcada para visitação! Um objeto programado para ser exibido em uma vitrine, seja ela cercada por vidro, tela ou concreto!

Sem perceber, estão desconstruindo animais, matando biomas e extinguindo ecossistemas, contradizendo, assim, a máxima popular de que cada macaco deva viver em seu galho!

Quem sabe se fizermos esta reflexão não estaremos dando início a um outro forte questionamento: o comércio de animais? O Brasil detém há tempos o desonroso título de possuir o maior tráfico de animais silvestres do planeta! Então, por si só, este troféu responderia a pergunta que não quer calar: por que comprá-los, por que vendê-los, se comercializando os animais  estamos alimentando um mercado ilegal?

Buscando uma resposta para esta questão, somos remetidos a um triste e repugnante  passado. Fomos o maior país do mundo em trafico de escravos. Homens e mulheres foram comprados e vendidos como mercadorias, tornando o nosso país detentor deste vergonhoso título e, nunca é tarde para lembrar,  fomos a última nação a abolir esta dor e sofrimento! Então, que sejamos a primeira nação do planeta a  tomar esta iniciativa em favor do abolicionismo dos  animais.

[/EXPAND]

Esta entrada foi publicada em Blog. Adicione o link permanente aos seus favoritos.